John Hart Ely e Antonin Scalia

a filosofia constitucional norte-americana

Autores

  • Alceu Fernandes Neto Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil
  • Roberto Bueno Univesidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.48159/revistadoidcc.v3n2.fernandesneto.bueno

Palavras-chave:

Direito Constitucional, Originalismo, Não originalismo, John Ely, Antonin Scalia

Resumo

O objeto deste artigo é analisar algumas das respostas que a teoria hermenêutica constitucional pode oferecer para o problema da incompletude do direito. A questão de fundo enfocada é que as típicas constituições das democracias ocidentais possuem evidentes limitações da configuração de seu conteúdo, permanecendo amplas esferas de indeterminação, todavia encobertas e maximizadas pela limitação da linguagem natural, cuja interpretação e determinação no caso concreto se revela problemática. Assumindo que os esforços dos constituintes não podem obter êxito em redigir um texto detalhado e preciso, sobressai a tarefa de interpretação da Constituição. Para analisar o problema o artigo delimita o campo de análise firmado no horizonte das disputas entre originalismo e não-originalismo. A proposta deste texto é fomentar o debate proposto por estas tradições da hermenêutica constitucional especialmente em sua abordagem do problema da incompletude das constituições e as vias de resposta judicial aos problemas concretos, projetando a ampliação das possibilidades de compreensão dos limites da liberdade de criação judicial e as restrições em sua tarefa de aplicação do direito em um Estado democrático de direito. Para realizar esta análise os referenciais teóricos de fundo mobilizados foram John Ely e Antonin Scalia.

Biografia do Autor

Alceu Fernandes Neto, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil

Graduando em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Brasília; Bolsista CNPq na modalidade de Iniciação Científica (2014-2018) e Iniciação Científica Tecnológica (2015- 2018). Membro da Clínica Jurídica de Direitos Humanos e Cidadania - EIXOS (2018 - ); Foi estagiário no Gabinete do Min. Edson Fachin, no Supremo Tribunal Federal (2016- 2018) e no Ministério da Justiça do Brasil (2015-2016). Foi membro do Programa de Educação Tutoria - PET/Direito. Unb (2014-2016). Obteve menções honrosas no Prêmio IBRAC - TIM 2017 e nos 21o e 23o Congresso de Iniciação Científica do Distrito Federal (2015 e 2017).

Roberto Bueno, Univesidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil

Doutor em Filosofia do Direito (UFPR / Nível 6 CAPES). Professor adjunto IV da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor da Faculdade de Direito e Relações Internacionais da UFU. Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Filosofia (UFC, 2011-2012). Mestre em Teoria do Estado e Filosofia (UNIVEM, 2006). Especialista em Direito Constitucional e Ciência Política pelo Centro de Estudios Constitucionales de Madrid (1994). Pós-Doutor (UNIVEM). Graduado em Direito pela Universidade Federal de Pelotas (1992).

Referências

BOLLING v. SHARPE. 347 U.S. 497 (1954). Disponível em: https://supreme.justia.com/cases/federal/us/347/497/case.html Acessado em: 18 de agosto de 2015.

BORK, Robert H. The Tempting of America. New York: Touchstone, 1997.

BRADWELL v. STATE OF ILLINOIS. 83 U.S. 130 (1873). Disponível em: http://caselaw.findlaw.com/us-supreme-court/83/130.html Acessado em7 de junho de 2015.

BREITHAUPT v. ABRAM. 352 U.S. 432 (1957). Disponível em: https://supreme.justia.com/cases/federal/us/352/432/ Acessado em: 12 de julho de 2015.

BREYER, Stephen. Active liberty. Interpreting our Democratic Constitution. New York: Vintage Books, 2005. 161p.

BROWN v. BOARD OF EDUCATION. 347 U.S. 483 (1954). Disponível em: http://www.nationalcenter.org/brown.html Acessado em: 15 de julho de 2015.

BUENO, Roberto. As origens do constitucionalismo: em torno ao debate Jefferson-Madison. Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia. No. Vol. 37, 2009.

CARTER, Lief H. Contemporary constitutional lawmaking. Washington: Pergamon Press PLC, 1985.

CONSTITUTION OF THE UNITED STATES OF AMERICA, The. St. Paul, Minn.: West Publishing Co., 1995. 529p.

DELTORO, Pablo de Lora. La interpretación originalista de la Constitución. Una aproximación desde la Filosofía del Derecho. Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales / Boletín Oficial del Estado, 1998. 343p.

DRED SCOTT v. SANDFORD, 60 U.S. 393, 19 How. 393 (1856). Disponível em: http://supreme.vlex.com/vid/dred-scott-v-sandford-20072966?ix. Acessado em 7 de julho de 2008.

DWORKIN, Ronald. “Comment”. In: SCALIA, Antonin. A Matter of Interpretation. Federal Courts and the Law. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1998. P. 115-127.

ELY, John Hart. Democracy and Distrust. A Theory of Judicial Review. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 2002. 268p.

ELY, John Hart. Democracia y desconfianza. Santa Fé de Bogotá: Universidade de los Andes, 1997. 291p.

ESPINOSA, Manuel José Cepeda. “Presentación”. In: ELY, John Hart. Democracia y desconfianza. Santa Fé de Bogotá: Universidade de los Andes, 1997. P. xi-xv.

GRISWOLD v. CONNECTICUT. 381 U.S. 479 (1965). Disponível em: https://supreme.justia.com/cases/federal/us/381/479/ Acessado em 13 de agosto de 2008.

HAMILTON, Alexander; JAY, John; MADISON, James. El Federalista. México: Fondo de Cultura Económica, 1999.

MARBURY v. MADISON, 5 U.S. 137, 1 Cranch 137 (1803). Disponível em: http://supreme.vlex.com/vid/marbury-v-madison-20074876?ix_ . Acessado em 13 de agosto de 2008.

McCULLOCH v. MARYLAND. 17 U.S., 4 Wheat; 316, 407 (1819). Disponível em: https://supreme.justia.com/cases/federal/us/17/316/case.html Acessado em: 3 de agosto de 2015.

MERRIAM, Jesse R. Neutral Principles. Disponível em: http://works.bepress.com/cgi/viewcontent.cgi?article=1009&context=jesse_merriam. Acesso em 28 de setembro de 2009

MUSKRAT v. UNITED STATES, 219 U.S. 346, (1911). Disponível em: http://supreme.vlex.com/vid/muskrat-v-united-states-20027430?ix_resultado=1&query%5Bbuscador_id%5D=109961&query%5Bcoleccion_id%5D=14&query%5Bct_resultados%5D=418&query%5Bfrase%5D=muskrat+v.+united+states&query%5Blc_query%5D=texto%3A%28muskrat+AND+v.+AND+united+AND+states%29+OR+titulo%3A%28muskrat+AND+v.+AND+united+AND+states%29&query%5Bmodo%5D=all&sort=score. Acessado em 26 de setembro de 2009.

PLESSY v. FERGUSON. 163 U.S. 537 (1896). Disponível em: https://supreme.justia.com/cases/federal/us/163/537/case.html Acessado em: 12 de outubro de 2015.

ROE v. WADE. 410 U.S. 113 (1973). Disponível em: https://supreme.justia.com/cases/federal/us/410/113/case.html Acessado em: 19 de abril de 2015.

SCALIA, Antonin. “Interpreting Constitutional Texts”. In: KAVANAGH, Aileen; OBERDIEK, John. Arguing about Law. London / New York: Routledge, 2009. P. 426-431.

SCALIA, Antonin. A Matter of Interpretation. Federal Courts and the Law. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1998. 159p.

SCALIA, Antonin. “Originalismo y no originalismo en la interpretación de la Constitución de los EE.UU”. Revista de la Facultad de Derecho y Ciencias Sociales. Montevideo, 1989, p. 21-28.

TRIBE, Lawrence H. The Invisible Constitution. New York: Oxford University Press, 2008. 278p.

WHITTINGTON, Keith E. Constitutional Interpretation. Textual Meaning, Original Intent, and Judicial Review. Lawrence, Kansas: University of Kansas Press, 1999. 299p.

Downloads

Publicado

2020-08-18

Como Citar

Neto, A. F. ., & Bueno, R. . (2020). John Hart Ely e Antonin Scalia: a filosofia constitucional norte-americana. Revista Do Instituto De Direito Constitucional E Cidadania, 3(2), 111-135. https://doi.org/10.48159/revistadoidcc.v3n2.fernandesneto.bueno